sábado, 29 de dezembro de 2012

Bilhete para o castelo de Edimburgo

Quem comprar um bilhete para o castelo de Edimburgo terá direito a um documento parecido com este, convidando o visitante a visitar também as lojas de uísque e de artigos relacionados com os clãs escoceses.

Porém, antes de lá chegar, o visitante terá que percorrer os 1600 metros de uma rua conhecida como "Royal Mile", subindo-a, com o seu ligeiro declive. Ao longo da subida, é possível entrar em lojas que vendem gaitas de foles, trajes escoceses completos (incluindo o kilt), cachecóis com padrões do clã MacLeod e boinas golfistas também com padrões deste e de outros clãs. Dizem que estes padrões são uma criação moderna, como folclore para os turistas, mas têm, mesmo que assim seja, a sua piada.

Dentro do castelo, encontram-se em exposição, entre inúmeros outros artefactos, as imponentes joias da coroa escocesa, numa sala escura iluminada por luz artificial. Talvez venham a ser novamente usadas quando a Escócia voltar a ser independente.

No café do castelo, é possível experimentar um famoso refrigerante escocês, o inigualável Irn-Bru, assim como um original pão com ovo e agrião, conhecido em inglês como egg and cress sandwich.

Vale a pena experimentar tudo isto.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Peculiaridades dos bares espanhóis


Os bares espanhóis, em algumas zonas, têm 2 particularidades curiosas para um português:

  1. Apresentam frequentemente máquinas de jogos de azar, como a que se vê do lado direito da primeira foto (em Fregenal de la Sierra), proibidas neste contexto em Portugal.
  2. Apresentam frequentemente, no chão, junto ao balcão, uma quantidade inesperada de detritos.
Estas duas peculiaridades foram observadas recentemente no sul da Estremadura espanhola, mas já foram anteriormente observadas noutras regiões, como a Andaluzia.

A propósito da Estremadura espanhola, é interessante saber que possui uma língua própria, ainda que aparentemente pouco divulgada:

Na segunda foto, é possível observar uma garrafa de Tab (uma cola dietética fabricada pela própria coca cola e vendida na Espanha há já décadas), acompanhando um pão com presunto (a que os donos do bar afavelmente aportuguesaram como "bocadillo de presunto"), em Oliva de la Frontera.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Os pacotes de leite em miniatura nos EUA

Nos EUA, quando se pede um café ou algo da família num restaurante ou afim, gostam de trazer uma série de pacotinhos minúsculos de leite, em vez de trazerem uma quantidade maior num único recipiente maior.

No caso em apreciação na imagem (obtida em Atlanta, no estado da Geórgia, cantado por Ray Charles), os pacotinhos apresentavam apenas 0,75 onças fluidas, o que equivale, mais coisa menos coisa, a 22,1801472 mililitros, ou seja, uma fartura de embalagens para reciclar.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Albuquerque e Alburquerque



Albuquerque é uma cidade espanhola que já foi portuguesa, em tempos. Situa-se perto do Alto Alentejo, não muito longe de Portalegre. Os espanhóis chamam-lhe Alburquerque, com um "r" antes do "q".

Curiosamente, a cidade irmã norte-americana capital do estado do Novo México ostenta o nome português e não o nome espanhol, chamando-se Albuquerque. O próprio Pernalonga falava nela de vez em quando, assim como a mais recente série televisiva "À vista desarmada" ("In plain sight", no original), que lá se desenrola.

A cidade original apresenta interessantes muralhas, encerrando estas ruelas com casario e uma igreja ancestral.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os arrumadores de automóveis de Česká Lípa

Zona comercial de Česká Lípa a 50 metros do carro estacionado

Chegar a meio da tarde a Česká Lípa, na República Checa, pode ser uma experiência surpreendente. Sobretudo se não se conhecer a lógica dos auxiliares de estacionamento automóvel locais, vulgarmente conhecidos como arrumadores, na zona de Lisboa. Doravante designados neste relato como tal, os arrumadores de Česká Lípa têm a particularidade de substiuir os parquímetros. Não há quaisquer parquímetros junto ao centro de comércio da cidade, mas há arrumadores vagamente fardados, que se dirigem imediatamente aos carros que estacionam em lugares aparentemente vagos. E não ficam à espera que o condutor fale com eles. Começam logo a tentar falar em alemão com os turistas, talvez por estes últimos se deslocarem num carro de matrícula alemã, alugado naquele país. E repetem várias vezes:

  - "Eine stunde, zwanzig CZK." (1)

Passados alguns segundos, os turistas apercebem-se que lhes estão a pedir dinheiro como se de um parquímetro se tratasse. Como não parece muito caro, dão o dinheiro ao arrumador e, em troca, recebem uns papelinhos como comprovativo do direito ao estacionamento, que o próprio arrumador solicitamente coloca em local visível no interior do veículo. 

E assim se estaciona em Česká Lípa.



1) Em alemão: "Uma hora, vinte coroas checas"

sábado, 1 de dezembro de 2012

Aluguer de carro kafkiano em Caliningrado

A Rússia é um bocado diferente do ocidente, ainda guarda traços do tempo em que era considerada o segundo mundo.



Pensei que alugar carro lá fosse uma experiência normal, mas enganei-me. Para começar, exigem uma carta internacional. Tive que pedir uma no ACP traduzida para russo. Depois, pensei "Vou alugar na Hertz, que é uma empresa internacional reconhecida, não deve haver problema". Assim. Imprimi a folha com a reserva e no dia combinado dirigi-me à morada lá indicada. Depois de encontrar a rua pelo GPS, parecia difícil encontrar o número certo. Pedi ajuda num stand de automóveis e foram terrivelmente simpáticos: sente-se aqui, o meu colega fala inglês ele explica-lhe onde é. Até fez um desenho. Os habitantes de Caliningrado não estão habituados a turistas pelo que quando vêem um, abrem-se.

Ao seguir o desenho, vi que afinal estava na extremidade errada da rua, e que era a alguns quilómetros no outro extremo da mesma. Após uma longa caminhada, o número indicado na morada parecia apontar para um ferro velho. "Vamos chamar um táxi". Chamei um táxi, e no meu russo instantâneo disse-lhe que queria encontrar aquele local (note-se que os taxistas não falam inglês, tem que ser mesmo em russo). Obviamente, ele levou-nos novamente ao ferro-velho. Depois de se desdobrar em telefonemas para colegas, sugeri-lhe que ligasse para a Hertz, ao que alguém respondeu do outro lado a dizer que estava na avenida Moscovscaia. Bonito. O taxista lá nos levou a grande velocidade. Na tal avenida, num bairro residencial, lá se encontrava o funcionário da Hertz, personagem de cabelo grisalho, bigode e traços levemente asiáticos:

   - Então, estou à vossa espera há 2 horas :)
   - E nós à sua procura há 3. Fomos até esta morada!
   - É que já não funcionamos aí, a nossa loja é no aeroporto!

Lindo serviço. Não lhe ocorreu alterar no site da Hertz, empresa "de confiança".

Entrou no carro comigo. Depois de pedir os meus papéis e de me mostrar o contrato, chamei-lhe a atenção para o o facto de o pára-brisas estar partido!

    - Eu sei, não tem problema!

Descontracção russa. Depois, sem sair do carro, pediu para o levar para fora do bairro. Parecia querer testar as minhas capacidades de condução em solo russo. Alguns buracos depois, saímos do bairro e ele saiu, despedindo-se.

***

No último dia, foi necessário entregar o carro no aeroporto. Cheguei ao aeroporto e coloquei o carro num parque mesmo em frente à entrada para o terminal, no qual era preciso tirar um bilhete. Tirei o bilhete, estacionei, fui revistado e depois dirigi-me à Hertz. 

   - Bom dia!
   - Bom dia! Onde é que estacionou ?
   - Foi aqui mesmo à frente.
   - Ah, não era aí! Assim vai ter que pagar, vamos ter que retirar o carro para outro parque.

Só na Rússia.